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Foto: Pedro Piegas (Diário)
A decisão de a prefeitura instalar câmeras para identificação de placas de carros roubados ou suspeitos junto com controladores de velocidade em avenidas, mas optar por não multar os apressados, realmente é inusitada. Conforme pontuou o colega e colunista Marcelo Martins, no Diário de final de semana, a prefeitura pode estar mesmo com medo do impacto que o início da aplicação de multas teria nas eleições de 2020 e optou por usar só a parte da tecnologia que permite o chamado cercamento eletrônico. Porém, se o Executivo gastou verba pública para instalar os controladores, por que não vai ligá-los?
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Por outro lado, não dá para discordar completamente da justificativa da prefeitura, de que é uma ação educativa. Digo isso porque bastou a empresa instalar os equipamentos, e a grande maioria dos motoristas passou a reduzir a velocidade em frente a eles, mesmo todos sabendo que ainda não estavam ligados. É natural do ser humano agir assim: na dúvida, por medo de multas, reduz a velocidade. E para o poder público, passa para a sociedade uma boa impressão, de que o objetivo é mesmo educar, e não punir e arrecadar com multas.
Na realidade, se fosse aprovada uma lei que permitisse a instalação de pardais e lombadas de mentira (iguais às reais, mas sem equipamento de leitura para aplicar multas) nas rodovias e cidades, acredito que o efeito seria quase o mesmo dos equipamentos de verdade, e com um custo infinitamente menor. Esse até seria um bom tema de pesquisa para estudantes de cursos de engenharia que trabalham com a área de trânsito, pois já é notório que só o reforço da sinalização em determinados trechos já ajuda a reduzir a velocidade e acidentes nesses locais - quem diria qual seria o resultado se houvesse a instalação de inúmeros pardais e lombadas de mentira em meio a alguns de verdade.
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Porém, a análise dos dados nos primeiros meses de uso dos controlares nas avenidas de Santa Maria poderá dizer se a decisão da prefeitura de não multar agora foi acertada ou não. Se 99% respeitarem a velocidade nesses locais e houver redução de acidentes e de mortes, as lombadas sem multas já terão cumprido a maior parte do seu papel. Digo isso porque, nas quatro lombadas do Daer na Faixa Velha, a média de multas era de só três por dia, em 2017. Bem menos de 1% dos veículos que trafegam diariamente pela rodovia.
Mas, se houver muitos exageros na velocidade por parte dos motoristas nos locais dos novos pardais nas avenidas, será preciso começar mesmo a multar.